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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tratamento da Entorse de Tornozelo através do Conceito Mulligan

Por: Barbara Hetherington
Publicado em: Manual Tharapy

Por ser uma lesão comum, virtualmente todos os fisioterapeutas já trataram um caso de entorse de tornozelo em algum momento de suas vidas profissionais. Não se trata de uma lesão reservada aos atletas de elite e atinge todas as faixas etárias. A maioria dos pacientes com entorse de tornozelo descrevem uma força de inversão/flexão plantar e acredita-se que o ligamento lateral, especialmente suas fibras anteriores tenham sido lesadas.

Existem muitas formas diferentes de tratamento de entorse de tornozelo, variando do tratamento caseiro até manejos ortopédicos elaborados. O manejo fisioterapêutico típico destas condições irá incluir gelo, eletroterapia, terapia manual, exercícios ativos, imobilização, e retreinamento proprioceptivo em várias formas. Eventualmente a maioria dos pacientes se recupera, porém há pacientes que continuam a se queixar de “tornozelo fraco” os quais tendem se lesionar novamente.

A abordagem do conceito Mulligan de falha posicional como resultado da lesão é uma outra opção no manejo das entorses. O manuseio com sucesso de entorses de tornozelo foi alcançado por meio do tratamento com os princípios e aplicações de “Mobilização com Movimento” conforme descrito por Mulligan no qual a fíbula distal é reposicionada posteriormente.

Para o tratamento inicial, o paciente é posicionado confortavelmente em supino, com um travesseiro de areia sob a perna. A inversão é geralmente o movimento mais restrito e portanto o movimento que deve ser recuperado primeiro. O maléolo lateral é deslizado posteriormente por meio de pressão aplicada pela eminência tenar do terapeuta. Um pedaço de espuma pode ser posicionado entre a mão do terapeuta e o maléolo do paciente para maior conforto. Enquanto é sustentado o deslizamento, o paciente realizava uma inversão ativa.

Garantindo que este movimento ativo foi livre de dor, é então realizada uma série de 10 repetições. Três séries de 10 repetições são geralmente para o tratamento inicial. Uma sobrepressão passiva suave pode ser adicionada aos movimentos ativos do paciente tanto pelo terapeuta quanto pelo próprio paciente usando uma cinta de terapia manual. A reavaliação dos movimentos de tornozelo geralmente revelavam um aumento importante da amplitude de movimento de inversão livre de dor.

Em seguida ao tratamento ativo, cada paciente recebe bandagens. Duas bandagens de 25mm, com aproximadamente 15cm de comprimento são usadas. Um deslizamento posterior é aplicado para reposicionar a fíbula distal. A bandagem é  aplicada angulada sobre o maléolo lateral de forma que ela envolva o tornozelo para manter o re-alinhamento posterior da fíbula distal em relação à tíbia. A segunda parte da bandagem é sobreposta sobre a primeira para aplicar uma força adicional. Com o apoio da bandagem, o padrão de marcha do paciente melhora substancialmente e a performance no teste de apoio unipodal com os olhos fechados é comparável ao do lado não lado afetado. A bandagem é  trocada após 24 horas e em alguns casos é necessário manter a bandagem por um período superior a 2 semanas.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Manejo da Pubalgia pela Osteopatia

Muitos atletas, sobretudo do futebol, apresentam dores ao exercer sua profissão e perdem o  rendimento por estar sofrendo dores na região do púbis, ou mais conhecido como pubalgia.

Mas você sabe onde é o púbis?

Vamos aos fatos: para achar o seu púbis basta colocar as mãos no umbigo e descer em direção aos órgão genitais. O primeiro osso que encontrar BINGO!! É o púbis . Não se assuste se for meio dolorido é normalmente assim.

Esse osso na verdade é uma das três partes do osso que compõem a bacia. Quando somos pequenos e não estamos com toda a estrutura óssea desenvolvida a bacia é formada por três ossos: ílio , ísquio e ele, o púbis.

Após o período de desenvolvimento eles se juntam, mas mesmo assim nos referimos a eles como três ossos separados.

Muitos problemas podem causar dor nessa região, e um diagnostico diferencial muito apurado deve ser realizado, incluindo possíveis hérnias (inguinal e femoral), prostatite, uretrites, causas iatrogênicas secundárias a procedimentos pélvicos, separação da sínfise púbica causada pelo parto, infecções etc.

No caso do jogador futebol, o mais comum e provável é que, por causa de sua atividade e profissão, ele tenha tido algum comprometimento na musculatura que possa estar desenvolvendo dores nessa região. Normalmente os músculos da coxa, principalmente os adutores, que tem sua origem na região do púbis estão comprometidos e necessitam de uma atenção especial na hora do tratamento.

Em uma visão um pouco mais abrangente, não podemos somente ter olhos para o local do problemas de nosso cliente.

Num ponto de vista global e principalmente para aquele cliente que chega em seu consultório somente com esse diagnóstico clinico é necessário atentar a outros pontos para poder saber realmente a origem do problema.

Abdominais principalmente por causa de sua origem e inserção, as ultimas costelas, por causa do item anterior, os pés, pois pode estar realizando uma pisada errada e estar compensando na região do púbis e o que eu vejo como muito importante que é a mobilidade do ilíaco.

Biomecanicamente o ilíaco tem três eixos de movimento e neles podem ser realizados os seguintes movimentos: Anteriorização/posteriorização, in flare / out flare e rotacao interna/externa.

Sem querer me aprofundar, mas aprofundando, não esquecer da relação direta com o fêmur, que por uma incrível coincidência tem inserção da musculatura adutora, que poder estar comprometida.

Mas, essas são apenas algumas das possíveis regiões que podem ocasionar ou estar afetadas em uma pubalgia, faz-se necessário uma avaliação criterisosa para se chegar a origem dos sintomas e as adaptações geradas pela desordem, para só assim realizar um trabalho global e criterioso.

Após a avaliação o Osteopata lançará mão de diversas técnicas tais como streching, manipulação articular, mobilização articular, mobilização visceral, dentre inúmeras outras com o intuito de debelar os sintomas e a desordem músculo-articular, além de orientações gerais sobre exercícios e posturas a se adotar e se evitar.

Os efeitos do tratamento costumam aparecer já após a primeira consulta, mas é preciso lembrar que cada pessoa funciona de forma distinta e também que quanto mais crônico o problema mais lentos são os resultados.