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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Expectativa de paciente pode potencializar ou neutralizar analgésico, diz pesquisa

James Gallagher

Repórter de Saúde, BBC News

Uma pesquisa recém-divulgada sugere que as expectativas de pacientes podem tanto potencializar os efeitos de um analgésico como neutralizá-los por completo.


Pesquisadores britânicos e alemães aplicaram calor nos pés de 22 pacientes, que em seguida tiveram de quantificar o grau de dor sentida em uma escala de 0 a 100.

Simultaneamente, os pacientes eram submetidos a um escâner cerebral, que exibia as condições das diferentes regiões do cérebro enquanto os testes eram realizados.

Após a aplicação do calor, o nível médio de dor sinalizado por eles foi de 66. Os pacientes que estavam também conectados a um dispositivo intravenoso pelo qual poderiam receber doses de medicamentos sem ser informados, recebiam, então, um poderoso analgésico chamado remifentanil.

Depois disso, eles passaram a sinalizar 55 como sendo seu índice de dor.

Os pesquisadores informaram-nos, em seguida, que eles estavam sendo medicados com um analgésico, e a nota dada por eles caiu para 39.

Então, mantendo a mesma dose, eles foram informados de que a aplicação do analgésico havia sido suspensa e que eles provavelmente sentiriam dor. Com isso, a nota subiu para 64.

Portanto, apesar de eles estarem recebendo remifentanil, relataram estar sentindo o mesmo nível de dor indicado quando não estavam recebendo qualquer analgésico.

'Fenomenal'

A professora Irene Tracey, da Universidade de Oxford, disse à BBC: "É fenomenal. É um dos melhores analgésicos que temos e a influência do cérebro pode ou aumentar em muito o seu efeito ou removê-lo por completo''.

O estudo, publicado na revista especializada Science Translational Medicine, foi conduzido em pessoas saudáveis que foram submetidas à dor por um curto período de tempo.

De acordo com a pesquisadora, pessoas com condições críticas e que haviam experimentado vários medicamentos ao longo de muitos anos podem ter uma experiência negativa muito maior do que a de outros, o que teria impacto sobre seu tratamento no futuro.

Escaneamentos cerebrais realizados durante a pesquisa mostraram também quais as regiões do cérebro que foram afetadas.

A expectativa de um tratamento positivo foi associada com a atividade nas áreas cingulo-frontal e subcortical do cérebro, enquanto a expectativa negativa levou ao aumento da atividade no hipocampo e no córtex frontal medial.

Os cientistas por trás do estudo também disseram que a pesquisa levanta dúvidas a respeito de testes clínicos usados para determinar a eficácia de medicamentos.

Segundo George Lewith, pesquisador da área de saúde da Universidade de Southampton, trata-se de ''mais uma prova de que encontramos o que esperamos da vida. A pesquisa faz cair por terra testes clínicos aleatórios, que não levam a expectativa em conta como fator''.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Acupuntura é Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade

O Comitê Intergovernamental para Garantia do Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) aprovou a inclusão da Acupuntura como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade. Tal decisão tem o intuito de salvaguardar o conhecimento de uma das mais relevantes práticas da Medicina Tradicional Chinesa. O Estado Brasileiro, como membro da UNESCO, deverá contribuir para a preservação, proteção e valorização da Acupuntura, e apresentar periodicamente inventário do patrimônio cultural presente no seu território.

Fonte: COFFITO

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quem é o Responsável?

Ao longo das minhas formações profissionais: graduação em Fisioterapia e Pós Graduação em Acupuntura e Osteopatia e ainda na formação nos métodos/conceitos Maitland, Mulligan e Mobilização Neural, passei a mudar meu modo de pensar e agir frente as pessoas que tenho a oportunidade de atender em meu consultório.

Para quem não conhece as Filosofias Chinesa e Osteopática deixo aqui uma breve explicação sobre ambas, iniciando pela Filosofia Chinesa, a qual rege a Acupuntura.

A Medicina Tradicional Chinesa – MTC trata as pessoas como um todo, assim como todas as terapias ditas alternativas, denominadas de forma mais coerente pela Organização Mundial da Saúde – OMS por Práticas Integrativas e Complementares. Para a MTC e, consequentemente a Acupuntura, o corpo saudável é corpo que está em equilíbrio, sendo este relacionado a emoções, atividade física, atividade sexual, trabalho e alimentação, ou seja, se há algo afetando um desses aspectos o organismo torna-se suscetível a doenças.

A filosofia osteopática não pensa exatamante da mesma forma que a MTC, mas quem já teve a oportunidade de estudar ambas deve ter chegado a conclusões similares as minhas: o corpo é único e é sim capaz de recuperar-se sozinho. Não é por acaso que, Andrew Taylor Still, criador da Osteopatia, tenha citado, há cerca de 120 anos, como um dos princípios da Osteopatia: o Poder Curativo da Natureza, isto é, nosso corpo tem o poder de cuidar das nossas desarmonias.

Passando a pensar com a mentalidade destas duas filosofias passei a empregar em minha metodologia de tratamento o seguinte moto: “Eu sou apenas uma peça do quebra-cabeça, a qual equivale a 5% do todo e o indivíduo que vem em busca do tratamento representa os outros 95%”. E é assim que devemos pensar e agir, não somos pessoas com poderes sobrenaturais e sim meros seres humanos responsáveis por transmitir a outros seres humanos, através de tratamentos, que eles precisam modificar algo no seu modo de ser e agir.

Há 5 mil anos a MTC disse que pessoas com grandes níveis de irritação são mais suscetíveis a desenvolver massas corporais. Poucos anos atrás foi publicado em revista científica: “pessoas que se irritam e estressam são mais suscetíveis a desenvolver um câncer”. Esse Câncer nada mais é que as massas citadas há cinco mil anos.

Você, profissional de saúde, nunca deve se imaginar como instrumento de cura, mas sim como instrumento de auxílio. Não nos é inerente curar, porém nos é inerente usar nossos conhecimentos para auxiliar o organismo a restaurar seu equilíbrio.

A MTC fala em duas energias: Pré-Celestial e Pós Celestial, para ficar mais simples imaginemos a primeira como a genética adquirida através de nossos pais, ou seja, não renovável e que se exaure ao longo dos anos e a segunda como a energia adquirida através dos alimentos, líquidos e ar, isto é, renovável. Partindo deste princípio, sempre digo aos meus pacientes: um corpo que respira bem e que alimenta-se bem tem nisto todas as ferramentas para a cura aos males que o afligem, não é por acaso que aqueles 10% de dor que não cessam só vem a sumir depois que o indivíduo passar a praticar alguma atividade física.

Somos, enquanto ocidentais, pessoas preocupadas com a cura e não com a prevenção. Quando mudarmos nossos paradgimas e passarmos a ser pessoas preocupadas com a prevenção passaremos a usar as ditas terapias complementares não como fonte de cura e sim como fonte de prevenção, passaremos a nos alimentar não para nos saciar e sim para repor nossas energias e nos tratar de desarmonias.

Na China pacientes terminais que buscam a MTC são orientados a buscarem a Medicina Ocidental, pois a MTC é usada para prevenir e não para curar, quando as pessoas a buscam para cura lhes é dito: você passou a vida inteira sem cuidar da sua saúde, por que agora quando nada mais é possível você vem em nosso encontro? Aquele que planta vento irá colher tempestade.

A nossa saúde não é responsabilidade de terceiros, é responsabilidade nossa, nós é que devemos preservar nosso corpo, nós é que devemos buscar nos alimentos , atividade física e terapias preventivas a chave para uma vida saudável.

Por:

Ewertom Cordeiro
Fisioterapeuta
Acupunturista e Osteopata CO

Texto publicado em:

Blog Fisioterapia & Saúde - Jornal O Povo (Ceará) em 11.08.2010